É hora de voltar a pôr as mochilas às costas

Há viagens e aventuras que aparecem no momento certo das nossas vidas. Planeadas ou espontâneas, viagens que nos relembram o que é estar presentes, a conhecer o que rodeia, a enfrentar os desafios e aceitar o desconforto a um ponto que o desfrutamos. Esse desconforto é algo viciante - é nele que testas os teus limites, conheces a tua força. E foram estas viagens as mais marcantes para mim, tenha sido a milhares de kms de casa na Índia ou no Gerês quando fizemos a Grande Rota em autonomia.

Por outro lado, também já tive viagens que vieram de uma sensação de fuga da realidade e senti que, por muito incrível que fosse o lugar onde estava, a minha cabeça não estava no sítio certo, e o meu corpo pedia outra experiência senão aquela. Tudo certo.

Mas agora, se há coisa que tenho saudades é de uma viagem a um sítio novo e desconhecido com o Miguel. Desde que tivemos a Ema que não fazemos nada assim de aventura, autonomia, descoberta pura - fomos aos Picos da Europa de campervan quando ela tinha 1 mês e meio mas aí explorar não era bem a prioridade. E não se enganem, a parentalidade tem sido a maior aventura das nossas vidas e certamente testou os nossos limites e nos mostrou a nossa real força. Muito se passou na nossa vida desde então e esta necessidade de explorar foi deixada para 2º ou 3º plano. Focámos as nossas energias em conseguir comprar o terreno no Gerês, ter um alojamento local a funcionar, ter trabalho para conseguirmos poupar. Mais uma vez, tudo certo.

Mas sentimos que está na hora, não dá para ignorar mais esta vontade! O primeiro passo está dado: finalmente comprámos uma tenda para 3 e já temos janela de tempo. Agora falta decidir: Onde vamos? Atravessamos oceanos ou descemos para o sul da Europa?